quarta-feira, 31 de maio de 2023

Fecharam o paletó do meu Raimundo,

Me deixaram neste mundo

Viúva, pobre, sem nada.

E o desgraçado do Maneco Pequenino,

O bandido do assassino,

Diz que eu também tô jurada!

Eu vô torrá o meu barraco e vô me embora,

É o melhor que eu faço agora

Pra saí dessa galhada!


Pra mim, o morro já não tem tranquilidade,

Vou-me embora pra cidade,

Eu preciso me virá!

Raimundo foi,

Mas me deixô um Raimundinho

Já no meio do caminho,

Que eu quero e hei de criar.


Estou por fora nesta história de instrução,

O luxo da educação,

Da escola, não me sobrou.

Mas sei andar direito em qualquer canto,

Conheço bem, de longe, o mau e o santo.

Sei bem qual o caminho por onde vou.

                                     

(Niterói, 1963)                                                   


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