Fecharam o paletó do meu Raimundo,
Me deixaram neste mundo
Viúva, pobre, sem nada.
E o desgraçado do Maneco Pequenino,
O bandido do assassino,
Diz que eu também tô jurada!
Eu vô torrá o meu barraco e vô me embora,
É o melhor que eu faço agora
Pra saí dessa galhada!
Pra mim, o morro já não tem tranquilidade,
Vou-me embora pra cidade,
Eu preciso me virá!
Raimundo foi,
Mas me deixô um Raimundinho
Já no meio do caminho,
Que eu quero e hei de criar.
Estou por fora nesta história de instrução,
O luxo da educação,
Da escola, não me sobrou.
Mas sei andar direito em qualquer canto,
Conheço bem, de longe, o mau e o santo.
Sei bem qual o caminho por onde vou.
(Niterói, 1963)
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