Senhores frequentadores
Da Junta dos Corretores,
Queiram ler com atenção,
Mas, não basta, apenas, ler,
É preciso compreender,
Pondo logo em execução!
Há muito que, com paciência,
Aturamos a frequência
Da falta de educação
Que dos senhores emana,
Sai semana, entra semana,
Na nossa repartição.
Temos deveres impostos
E não estamos dispostos
De modo algum, notem bem,
A abrirmos exceções.
Nada de pistolões,
Nem pra mim, nem pra ninguém.
Às dez horas, nós abrimos
O expediente e servimos
Com o máximo prazer.
Porém, às quatro da tarde,
Quer façam, ou não, alarde,
Ninguém os vai atender.
Quando os senhores vierem
E alguma coisa quiserem,
Procurem um funcionário.
Não vão bancando os xeretas,
Metendo as mãos nas gavetas,
(Como fazem de ordinário).
Não vão, sem autoridade,
Usando à sua vontade,
Carimbos... ou o que for.
Isto não está direito,
É uma falta de respeito,
De respeito e de pudor.
Outra coisa essencial
É quanto ao material
Daqui da repartição.
Coisa alguma aqui invada,
Poderá ser emprestada,
Tudo é para os da seção.
Indo assim pelo direito,
Cremos que será perfeito.
Então, nosso entendimento,
Tudo bem há de correr,
Ninguém vai se aborrecer,
Sairá tudo a contento.
Certos de que agirão
Ouvindo a voz da razão
(Dentro do que nós dissemos),
Queremos e, de antemão,
Do fundo do coração,
Desde já agradecemos.
(Rio, 1945)
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