Você, meu bem,
Está ficando viciado,
Quando não está no Prado
Está falando em cavalinhos.
Já não me quer mais como uma princesa,
Não me chama de beleza,
Racionou os seus carinhos
Já não saímos juntos diariamente,
Tenho que ficar contente
Com um cinema em cada mês,
Porque você, agora, está no rol dos tolos,
Seu dinheiro é só pros "bolos",
"Pontas", "duplas" e "placês"
O que me enfeza,
Me irrita profundamente,
É ter como concorrente
Uma série de animais,
É ver que, enquanto
O seu amor por mim esfria,
Mais aumenta dia a dia
Por meus estábulos xxxxx (ilegível)
É ver que eu
Que sou a sua companheira
Fico sempre na traseira
Neste tipo de corridas,
É, mas se as coisas
Continuam neste pé,
Cedo vai haver "forfait"
No páreo das nossas vidas!
(Rio/Niterói, 1959)
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