Borboletas
De formas simétricas,
em seus movimentos
tranquilos, perfeitos,
fazendo das flores
seu pouso e alimento,
no ar têm o encanto
suave, sereno,
das três borboletas,
mais lindas pra mim,
neste meu jardim.
Contrastam, no entanto,
com o aspecto, horrível,
daqueles calangos
que correm nos muros
e estão sempre à espreita
de bichos menores,
desprevenidos, coitados,
que são devorados.
Mas não se realizam,
pois seu sonho grande
são as borboletas.
E elas, do alto,
numa indiferença
total da caçada,
seguem no seu voo
de paz de harmonia,
na bela vivência
do nosso jardim!
(Nota do Editor: Esta poesia, datilografada, tinha a anotação à mão acima: "Versos tranquilos". Possivelmente, o autor estaria guardando para um próximo livro temático, que não foi publicado.)
(Badu/Niterói - 9/5/1998)
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