quarta-feira, 27 de outubro de 2021



Depois de um amor tão grande
Como foi aquele nosso,
Já tentei amar de novo,
Me convenci que não posso!

Todo amor que havia em mim
Eu lhe dei, você levou!

                                         (Continuará)

---------------------------------//-------------------------------

Ontem você procurou-me
Chorando e dizendo
Que não podia viver
Mais a vida sem mim.
Hoje você volta e diz
Coisas que eu não entendo
E ainda termina sorrindo
E zombando assim.

                                               (Continuará)

---------------------------------//-------------------------------

Lamento o tempo todo que passamos
Na ilusão de um grande amor
Que, afinal, nunca existiu!
É preciso reconhecer, querida,
Que não acertamos.
É preciso limpar as lágrimas
E, com a coragem da franqueza,
Dizer adeus.

Continuar uma união tão falsa
Seria prolongar nosso duplo sofrimento.
E a carência da necessária afinidade
Terminaria por nos levar ao abismo.

É possível que um de nós
Venha a sofrer mais intensamente.
Não posso penetrar seu pensamento.
Mas só o não poder entendê-la claramente
É prova forte de nossa distonia.

Não devemos insistir
Na esperança de uma felicidade
Que tentamos tanto tempo
Com fracassos desoladores

Lamento...
Foi tudo o que você disse,
Mas não foi tudo o que você sentiu.
E torturantemente, para mim,
Sua atitude, seca, morta,
Disse mais que todas as palavras

                               (Agosto/1963 - 1964)

---------------------------------//-------------------------------

Reconheço que sonho demais
E talvez seja por sonhar tanto
Que não tenho de Deus a ventura
Das grandes realizações

Quem como eu sonha tanto
Tem que se acostumar às decepções!

                                            (Continuará)

---------------------------------//-------------------------------

Há coisas que não entendo
E acho até melhor assim!
Por exemplo, os seus motivos
De gostar tanto de mim!

                                         (Outubro/1963)

---------------------------------//-------------------------------

Eu preciso de boas notícias.
Quem as tenha, que venha me dar.
Estou cansado de intrigas, malícias,
De motivos que só dão pesar!

                                          (17/07/1963)

---------------------------------//-------------------------------

Bigode é uma distração
Que eu tenho, com muito gosto,
Um tempo sim, outro não,
Ele está, aqui, no meu rosto!

Grosso, farto, bem servido,
Pelo meio dividido,
Com pontas de se torcer,
Ou do tipo pequenino,
Comprido, porém bem fino,
Vou variando o prazer!

Acarinhando um bigode,
Em verdade, a gente pode
Fazer tudo mais direito.
O problema é complicado,
Mas, com bigode alisado,
O raciocínio é perfeito.

                                         (Continua - 1963)





                
724 - 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

APRESENTAÇÃO DO BLOG

Família de Guimarães Nato, nome profissional do jornalista e escritor Renato Guimarães (1924 - 2000), inicia agora o blog com as poesias, prosas e demais textos literários e diversos outros que ele deixou. (15/02/2018)

A família de Guimarães Nato, nome profissional do jornalista e escritor Renato Guimarães (1924 - 2000), inicia agora o blog com as poesias,...