Beijo roubado
Ontem foi que, pela primeira vez,
beijei Marita, de leve, na face,
muito embora esse beijo ela evitasse,
fingindo, só fingindo timidez!...
Depois, já com coragem e altivez,
tentando esconder um riso que nasce,
virou-se e, dizendo que eu esperasse,
falou baixinho: - Renato, o que fez?
- Beijei-a, respondi-lhe, calmamente,
e pode ficar desde já ciente
que hei de beijá-la muito mais ainda!
A culpa é sua, de ser tão mimosa,
ter tanta graça, ser demais formosa,
e ser irresistivelmente linda!
(Rio, 1943)
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Que há de melhor no mundo
Do que esse beijo-pecado
Que não podia ser dado
E nós quisemos, os dois,
Aceitando a consequência,
Coisa séria de decência,
Mas, problema do depois?
(1964)
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