Carnaval
Tudo o que em tempos normais
Se considera demência,
No Carnaval, com frequência,
Se vê; e até demais...
Um homem sério, sizudo,
Com mil normas e etiquetas,
No Carnaval faz caretas,
Pinta o sete, faz de tudo!
Senhoras bem respeitáveis,
Doutoras em criticar,
Saem doidas a pular...
Em evoluções notáveis!...
Tendo, tudo o que é imoral,
Que não se deve fazer,
Brincadeira passa a ser,
Quando chega o Carnaval!
Uns, mais pobres, mais modestos,
Em barracos pitorescos,
Vendem doces e refrescos...
E sanduíches de restos!...
E, depois, na quarta-feira,
Completamente mudados,
Todos juntos, concentrados,
Numa igreja, na primeira,
Com que topam pela frente,
As cinzas vão receber...
E voltam de novo a ser
Os sérios de antigamente!
(Rio, 15/02/1947)
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