SÊ BEM-VINDO!

(Ao meu irmão Pedro Nolasco Guimarães, 3º sargento do bravo Regimento Sampaio)

Sê bem-vindo, bravo expedicionário!

Sê bem-vindo, herói do meu Brasil!

Sê bem-vindo à terra que noutras terras

defendeste com garbo, valentia!

Nosso grande inimigo está prostrado,

tua lança o feriu, profundamente.

Tua força o derrubou vencido!

Toda a Pátria brasileira que ontem

com a alma comprimida acompanhava

tuas bravas campanhas pela guerra,

hoje, em peso, aqui está;

e em te louvor

quer mostrar-te o quanto te admira,

quer que saibas o muito que és querido,

quer que sintas que és o seu herói!

Sê bem-vindo, defensor do direito!

Defensor da paz, da liberdade!

Nós que nunca, desde a tua partida,

deixamos de seguir tuas bravuras,

hoje estamos frementes, ansiosos,

por abraçar-te, estreitar-te contra o peito!

Deus ouviu nossas preces, tu voltaste!

Deus ouviu-nos, damos graças a Deus...

É agora, nossa vez de demonstrar

nossa imensa gratidão ao teu esforço,

ao teu sacrifício desmedido,

ao teu sacrifício de herói!

Mas, nem todos puderam regressar...

Quando lá nas batalhas te batias,

e o inimigo enfrentavas destemido,

nós pedíamos a Deus, te protegesse,

te livrasse da morte, dos perigos,

e pra casa, de novo te trouxesse...

Porém, quando se enfrenta uma fera,

é sabido que a vida arriscamos;

e nem todos, nessa luta, com essa fera,

conseguiram à casa regressar...

Deus, o grande Senhor de todos nós,

quis que a nossa grande vitória fosse

aureolada com o sangue de irmãos...

Não podemos deixar de lado a glória

que pertence, também, aos que tombaram

e, hoje, aqui, não a podem ter, gozar!

Recebe, pois, tu que voltas em triunfo,

as honras que a esses heróis pertencem.

Um dia, diante do Criador,

quando te defrontares com esses bravos,

faz-lhes tu, que és a glória reavida,

a entrega dos louros que são deles,

dos heróis que morreram, não voltaram!

Sê bem-vindo, bravo expedicionário!

Sê bem-vindo ao Brasil, que defendeste!

Ao Brasil que te espera orgulhoso

da missão que cumpriste fielmente!

Ao Brasil, que te quer glorificar!!

(FIM)

(Rio, 1945)

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