Você
Você não pode calcular, Moema,
até que ponto fiquei tão contente,
naquele dia em que nós dois sozinhos
fomos, assim... despreocupadamente!
Cheguei a sentir parte das delícias
que, creio, existem só no paraíso...
Quando você, tão graciosamente,
mostrou-me os alvos dentes num sorriso!
E toda vez que a sua linda boca,
para dizer qualquer coisa se abria,
não me escapava uma só palavra...
E todas, sempre, com prazer sorvia!
Se não olhava muito pra você,
era para não manchar, com meu olhar,
a sua incomparável formosura,
em todo o seu corpinho a se estampar!
Para que você possa avaliar
o quão grande foi meu contentamento,
basta dizer que depois que a deixei,
fiquei ali ainda em pensamento!
Fui, mentalmente, revendo, uma a uma,
todas as frases que você me disse;
e cada vez mais eu apreciava
a sua tão feminina meiguice!
Dirceu, penso, não amou a Marília
com tanto afeto, ardor, tanta ternura...
Eu chego a ter medo que o meu amor
me possa levar até a loucura!
Porque eu gosto e muito de você,
tenho-lhe forte amor, forte e constante,
tenho-a gravada no meu coração...
E em meu pensamento a todo instante!
Depois do dia em que fui esperá-la,
e que notei que a queria tanto,
não resisti, e, de novo, fui lá
e a esperei naquele mesmo canto!
Inutilmente, pois você faltou;
saíram todos, só você não veio.
Segui com os olhos, todos, um a um,
e não a divisei naquele meio...
Meu pensamento foi, então, somente,
naqueles momentos tão baralhados,
para um seu primo... um dia me disseram,
ele e você, seriam namorados!...
Mas, hoje, graças a Deus, sou feliz!
Porque você me disse o que eu queria:
que o seu amor é meu, somente meu,
e que, somente ser meu poderia!
Se Deus quiser, agora, o nosso amor
há de, sempre, mais forte se tornar,
e nós seremos o casal mais lindo
que a terra inteira há de ver passar!
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